Quem diria que um simples casaquinho de tricô se tornaria objeto de estudo de neurocientistas! Eles garantem que o artesanato têxtil tem muito em comum com a atenção plena e a meditação.
Entre os pesquisadores está a terapeuta Betsan Corkhill, autora do livro “Terapia do Croché”, fruto de um trabalho em que entrevistou 3545 tecelões.
O estudo encontrou uma relação significativa entre a frequência na tecelagem e os sentimentos percebidos pelos entrevistados. Os tecelões frequentes (aqueles que tecem mais de três vezes por semana) eram mais calmos, felizes, menos tristes, menos ansiosos e mais confiantes.
“A tecelagem traz benefícios psicológicos e sociais, que podem contribuir para o bem-estar e a qualidade de vida”. – conclui Corkhill
O seu livro recorre a uma variedade de técnicas terapêuticas, incluindo o mindfulness, a visualização, o relaxamento, a imaginação e a motivação. Traz o passo a passo dos padrões de croché a fim de estimular a natureza criativa.
O praticante descobrirá também um estado de calma proporcionado pela prática rítmica do croché levando à um modo de vida mais consciente, além de fazer amigos, quando estes trabalhos manuais são produzidos em grupos.
Os benefícios do artesanato têxtil
- Relaxamento: Após o aprendizado das técnicas mais avançadas, o tricô e o crochê podem diminuir a frequência cardíaca e a pressão arterial e reduzir os níveis sanguíneos nocivos do cortisol.
- Combate a ansiedade: Crochê e tricô são usados por grupos de terapia para auxiliar fumantes a abandonar o hábito e pessoas que receberam um diagnóstico difícil de doença. Programas de artesanato em escolas e prisões melhoraram as habilidades sociais. Os projetos artesanais também ajudam as crianças a melhorar suas habilidades em matemática.
- Ajuda no emagrecimento: Pelo fato da pessoa ficar tão absorvida pela atividade, evita o lanche fora de hora.
- Trata a depressão e a dor: No estudo de Betsan Corkill, 54% dos que foram clinicamente diagnosticados com depressão disseram que o tricô os fez sentir feliz ou muito feliz. Em um segundo estudo com 60 participantes com dor crônica, Corkhill e seus colegas perceberam que o tricô permitiu aos pacientes redirecionar seu foco, reduzindo a sua percepção da dor. A pesquisa sugere que o cérebro não pode processar tanta coisa ao mesmo tempo, e que atividades como tricô e crochê tornam mais difícil para o cérebro registrar os sinais de dor.
- Evita o declínio das funções cerebrais: Em 2011, o Dr. Yonas Geda E., psiquiatra americano entrevistou uma amostra aleatória de 1.321 pessoas com idades entre 70 e 89. A maioria dos participantes eram cognitivamente normais. O estudo, publicado no Jornal de Neuropsiquiatria e Neurociências Clínicas, descobriu que aqueles que se envolveram em artesanato como tricô e croché tiveram a chance reduzida de desenvolver transtorno e perda de memória cognitiva leve.
- Desenvolve a perseverança: Além do lado criativo e social, concluir um trabalho manual dá a sensação de orgulho e conquista.
Em sua pesquisa, a terapeuta Betsan Corkhill também descobriu que até o físico Albert Einstein se aventurou no mundo do artesanato para acalmar e clarear a mente.
Fonte: La Vida Lucida