O Brasil sempre foi caracterizado como um país de jovens, mas de acordo com o último censo em 2010, o país está mudando de cara, está mais maduro.
Atualmente no Brasil cerca de 10% da população é composta por idosos, pessoas acima de 65 anos. E nesta faixa, a expectativa de vida das mulheres é maior que a dos homens. Em 2019 a proporção era: para cada 81 idosos havia 100 idosas.
Este fato deveria chamar a atenção de todas as esferas governamentais na adaptação das cidades para esta população desde o transporte público, áreas de convivência e moradia.
A importância do idoso na economia
A população idosa no Brasil é responsável por 53% da despesa familiar e 71% desta população tem independência financeira e a maior parte desta renda vem da previdência, em seguida 39% vem do trabalho.
Independente da condição financeira, o comportamento dos vovôs e vovós do século 21 também mudou. Eles têm mais atividades físicas, passeiam mais e até abrem negócios próprios fugindo do esteriótipo na cadeira de balanço.
Por conta destes percentuais, esta população, que antes era segregada porque não “tinha mais condições de produzir”, hoje se torna um grande nicho de mercado, em especial para as construtoras.
Um novo olhar para os condomínios
Para suprir a carência deste público que vem crescendo no Brasil, o diferencial é a adaptação às necessidades de acessibilidade do idoso, permitindo sua independência.
A partir do momento em que a população idosa tem mais tempo para si, ficando mais em casa, o foco dos projetos arquitetônicos é proporcionar um ambiente seguro, prático, confortável e acessível.
Os projetos são pensados para as pessoas que moram sozinhas levando em consideração todo o cuidado com a circulação pelo espaço, a prevenção contra quedas com pisos anti-derrapante, barras de apoio no banheiro e melhor uso da iluminação natural.
De acordo com o Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná há construtoras que até fazem um estudo multidisciplinar envolvendo fisioterapeutas, geriatras e arquitetos para mapear as reais necessidades do público idoso.
Se antes a empresa priorizava oferecer playgrounds atrativos, hoje, ela pensa em tornar seus projetos mais inclusivos como piscina com escada de alvenaria e corrimão, pisos antiderrapantes e sem brilho, para não ofuscar a visão.
Além disso, nas áreas comuns, os bancos com cantos arredondados para não correr o risco de lesões. Nos apartamentos, há também bacia especial nos banheiros, barras de apoio e banco basculante dentro do box.
A fechadura também pode ser invertida, para facilitar a abertura com as chaves, e as tomadas ficam a uma altura maior, para que o idoso não precise se abaixar para ligar eletrodomésticos.
O mercado imobiliário privado está se adequando, mas ainda não há uma política pública em âmbito nacional que atenda à este público.
Contudo, algumas iniciativas municipais como o projeto “Cidade Madura” em Campina Grande na Paraíba e o “Condomínio do Idoso” em Maringá no Paraná são alguns dos exemplos mostrando que esta realidade pode mudar.
Fonte: Faculdade Pan-Americana de Ji-Paraná
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