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Piauí torna-se o celeiro das energias renováveis

Desde 2016, os governos do estado do Piauí têm investido em energia solar e eólica. Segundo os dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Piauí ocupa o 3º lugar na produção deste tipo de energia.

De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o índice de geração de energia eólica comercializado no país cresceu 14,7%. No estado são 60 parques eólicos que produziram de janeiro a agosto de 2019 o equivalente à 676,5 Megawatts (MW) médios.

Cerca de 25 bilhões estão sendo investidos. Além dos 60 parques em funcionamento, nove estão em construção e há perspectiva de se construir mais 19, todos com a outorga da Aneel.

Desde 2019, os municípios de Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova e Dom Inocêncio, na fronteira com a Bahia, presenciam a construção do Complexo de Oitis, o maior parque eólico da America do Sul.

O empreendimento é da Iberdrola, uma empresa espanhola que atua no ramo de produção de energia. Em 2017 esta empresa comprou 60% do grupo Neoenergia, grupo brasileiro de geração de energia eólica e hídrica. A Iberdrola investe cerca de 480 milhões de euros.

Até o final de 2018, o Piauí tinha capacidade instalada de 1.584 MW em usinas eólicas e com este complexo serão acrescidos 735 MW na capacidade de geração de energia.

O sol como aliado

Sendo um dos estados mais ensolarados do país, o Piauí está conseguindo reverter o papel do sol na economia do estado: de vilão, causador de secas inclementes, a gerador de riquezas.

Esta inversão deve-se ao uso da energia solar. A maior usina de energia solar da América do Sul fica no município de São Gonçalo do Gurgéia, um empreendimento da Enel Green Power, que investiu 1,4 bilhão de reais.

E a primeira planta da Enel no Brasil a usar módulos solares bifaciais, que captam energia de ambos os lados dos painéis, com expectativa de aumento de até 18% na geração de energia. São 930 mil painéis solares em uma área de 690 hectares. A capacidade instalada chega a 292 megawatts, podendo produzir mais de 600 GWh por ano, o que daria para iluminar 300 mil casas.

A construção deste complexo capacitou e usou a mão de obra local gerando cerca de 7000 empregos diretos. E o número de mulheres contratadas foi surpreendente.

Economia aquecida

Desde 2016 não tem faltado trabalho no Piauí. O sol escaldante tem incrementado os negócios dos comerciantes locais, que até ampliaram sua área de atuação, diversificando o patrimônio.

Segundo José Mauro de Morais, pesquisador de energias renováveis e de petróleo e gás do Ipea, os investimentos na energia fotovoltaica têm se concentrado muito no Nordeste por causa do potencial altíssimo e também ressalta o preço da terra como um dos atrativos.

“O custo da terra não é tão alto. As empresas compram ainda em valores razoáveis em relação ao Sul. O Piauí é muito ensolarado. É um tipo de fonte que tende a crescer no estado”, diz o pesquisador.

Fontes: Governo do Piauí, Cidade Verde, Portal Energia

Revista Ecos da Paz

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