A usina hidrelétrica de Itaipu começou a ser construída em 1974 atendendo a dois países: Brasil e Paraguai e é considerada uma das maiores hidrelétricas do mundo.
Na época de sua construção, muitas cidades brasileiras careciam de energia e a usina resolveria o problema. Biólogos e ecologistas se mobilizaram bastante pra impedir a sua construção porque seria o fim das Sete Quedas e em 1982 um dos pontos turísticos mais visitados do Brasil ficou submerso.
Apesar de ter afetado bastante com o potencial turístico da cidade de Guaíra no Paraná, onde existia o complexo de cachoeiras, a usina de Itaipu acabou se tornando um grande ponto turístico, não só pela sua grandiosidade como também pelos projetos ambientais que patrocina no seu entorno.
Do passivo ambiental ao equilíbrio
Imaginem o impacto ambiental que uma muralha de concreto e aço com 196 metros de altura pode causar. Não só em Guaíra, local da usina, como também nas cidades vizinhas à hidrelétrica.
Desde o começo, a binacional começou amenizando o impacto ambiental reflorestando os municípios do entorno e a região que pertence ao reservatório, uma lâmina d´água que tem 1350 km² e 29 trilhões de litros d´água estocados.
A Mata Atlântica, sua fauna e flora; a população ribeirinha, os pequenos agricultores, pescadores; e as aldeias indígenas, que foram atingidas pela inundação na construção da usina há 35 anos, vêm sendo recompensados com um leque de iniciativas de recuperação e preservação na região. Já foram plantadas mais de 20 milhões de mudas de árvores nativas na faixa de proteção do reservatório.
De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, a empresa é a responsável pela recuperação deste bioma no Paraná.
Parcerias de sucesso com a população
Os agricultores que fizeram parceria com a usina não tem o que reclamar. Eles recebem orientação da CAPA, Centro de Apoio à Agroecologia, que oferece cursos e diversas atividades de capacitação, apoio na comercialização e nas parcerias com cooperativas.
A cidade de Santa Helena que foi a mais atingida pela inundação tem a Feira de Desenvolvimento Rural Sustentável que dá assistência técnica aos pequenos agricultores. Além disso, ganhou uma área de uso múltiplo, que serve à Usina e ao lazer.
O Balneário Terra das Águas, com praia e outros atrativos, concentra os moradores nos finais de semana. Na virada do ano, vem gente das redondezas, chegando a reunir mais de 60 mil pessoas. Ao todo, há no entorno de Itaipu nove praias como a de Santa Helena.
Em Santa Terezinha do Itaipu, outra área de uso múltiplo, a Binacional beneficia os pescadores que perderam seu sustento quando houve a inundação. Ali foram criados 63 pontos de pesca, autorizados pelo IBAMA.
Ainda em Santa Teresinha do Itaipu, a Associação de Catadores – Acaresti, com 46 catadores garantem mais de 90% de reciclagem e apenas 12% da coleta vai para o aterro sanitário .
Pelo Programa de Sustentabilidade das Comunidades Indígenas, a Binacional atende a cerca de 290 famílias (quase 1.500 pessoas) nas aldeias Ocoy, em São Miguel do Iguaçu; e Añetete e Itamarã, em Diamante do Oeste.
Através de convênios com os municípios e outras instituições, como Funai, Funasa, Sesai e Instituto Ambiental do Paraná, muita coisa boa já foi feita para a população indígena.
Com a presença do Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e o apoio de Itaipu, a nutrição de crianças e gestantes está garantida.
O estímulo à agricultura familiar, agropecuária e apicultura é realizado através de visitas periódicas de técnicos, que dão orientação para o plantio de milho, mandioca, abóbora, melancia, batata doce, sem agrotóxicos.
E o fortalecimento cultural chega com apoio financeiro à educação. É oferecida apenas a infraestrutura para escolas e casas. Cada aldeia se desenvolve por si mesma.
Nestes 35 anos de atividade a empresa prova que apesar do impacto ambiental existem soluções em que todos podem sair ganhando.
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