Cooperativas de trabalho, grupos ou coletivos, não importa o nome. Em tempos de crise as palavras de ordem são: reinventar e parcerias, pois a caminhada de quem empreende fica menos difícil quando se caminha em grupo.
Espalhados pelo Brasil afora, os artistas plásticos, designers e artesãos encontraram no coletivo uma maneira de gerar renda sem grandes despesas. E em muitos casos, o que era um hobby passou a ser a fonte de renda principal.
Na região serrana do Rio de Janeiro, o coletivo Artesãos da Estrada se formou quando os 20 artistas que compõe o grupo perceberam que a arte da região poderia ser melhor explorada se expusessem seus trabalhos de maneira conjunta.
A partir daí foi criada uma loja colaborativa na estrada Teresópolis-Friburgo, uma via que liga duas cidades importantes da região. Neste espaço o turista encontra produtos exclusivos, produzidos de maneira sustentável e com preço para todos os bolsos.
A natureza fornece a matéria-prima e a inspiração
O coletivo tem participantes não só do Rio de Janeiro, como também de São Paulo e da Argentina. Segundo Monica Deluqui, uma das organizadoras do grupo, a constante renovação dos participantes deste coletivo é vista de forma positiva.
“O ir e vir é inerente aos processos criativos. Nos interessa fortalecer a criatividade e a autoria das peças. Queremos ser um grupo forte e mais que isso, mostrar para o mundo que além da natureza exuberante, Teresópolis tem também artistas incríveis”, comenta.
A preocupação com o meio ambiente está sempre aliada à técnica usada pelo artista. Reaproveitamento de madeira e aço, crochê usando lacres de latinha e papel maché são algumas das técnicas.
Desde a sua criação, os artistas percebem que o coletivo impactou a região de maneira positiva.
Para Caroline Campos, da Secretaria de Turismo da Prefeitura de Teresópolis, o coletivo trouxe a valorização do trabalho artesanal e da produção local, além de ser um ponto articulador onde se discute iniciativas e experiências.
Para Nancy, que é uma das artesãs, o coletivo trouxe um impacto positivo e é muito mais que uma fonte de renda.
“Teresópolis tenta se reerguer de tantos mal tratos e, embora o caminho ainda seja longo, a arte pode ajudar a resgatar a autoestima da região.”- afirma.
Para conhecer um pouco mais do trabalho destes artistas, o coletivo tem perfis nas redes socias (instagram e face):
https://www.instagram.com/artesaos_da_estrada_terefri/
https://www.facebook.com/Artes%C3%A3os-Da-Estrada-2291461884470712/
Em Portugal, as vovós estão a todo vapor
Foi-se o tempo em que elas ficavam dentro de casa, sentadas em cadeiras de balanço fazendo crochê.
Hoje podemos até chamá-las de vovós hipters! Elas desvendam os mistérios dos aplicativos, desbravam o mundo com suas mochilas nas costas e continuam produzindo. E ao que parece, esta tendência veio para ficar.
Em Lisboa, a designer Suzana Antônio e o psicólogo e dono da empresa Fermenta-Associação, Angelo Compota, criaram o projeto “A Avó veio trabalhar“.
A iniciativa reúne mulheres acima dos 65 anos para criar e produzir objetos de design, no qual a principal moeda é a troca de conhecimento através de workshops e cursos ministrado pelas Avós.
O objetivo é reintegrá-las à uma vida ativa, com trabalho e produção comercial, diferente dos tradicionais programas sociais para idosos. “É tirá-las da zona de conforto produzindo profissionalmente, exercitando a criatividade e trocando experiências com os mais novos.”- afirma Angelo.
Este projeto existe desde 2014 e nasceu após a graduação de Suzana na faculdade de design em Milão, que queria aplicar o que aprendeu de uma outra forma.
“A Avó veio trabalhar” recebe apoio da prefeitura de Lisboa e de outras empresas e já marcou presença na Bienal Iberoamericana de Design, onde ganhou menção honrosa.
Abaixo, uma entrevista dos idealizadores do projeto no canal Q em que percebemos que a realidade das vovós portuguesas tem algumas semelhanças com as das brasileiras.
Fonte: Artesão da Estrada, Sala 7 Design