Em 12 de dezembro de 2015 em Paris, 195 países participaram da 21ª Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas cujo objetivo principal era a redução da emissão de gases poluentes pelo uso de combustíveis fósseis como o petróleo.
Dos 195 participantes, 147 validaram o Acordo de Paris, que tem uma meta bastante ambiciosa: manter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2º C, além de estimular que os países desenvolvidos ajudem financeiramente e com tecnologia as nações subdesenvolvidas.
Ambientalistas e pesquisadores têm alertado há algumas décadas que a ação do homem, os modelos desenvolvimentistas dos países têm agravado o efeito estufa e consequentemente o aquecimento global.
Além disso, o investimento em outras formas de energia não têm merecido a devida atenção por parte dos governos que continuam usando combustíveis fósseis na indústria, no transporte e geração de energia.
Preservar o planeta X Desenvolvimento
Desde a década de 70 a dicotomia entre ecologia e desenvolvimento tem levantado acirradas discussões. De um lado ambientalistas protestando e mostrando dados científicos e do outro os governantes que não querem abrir mão de seus modelos econômicos alegando que seus países teriam prejuízos, além do ceticismo em relação aos dados dos satélites que monitoram as diversas ações que provocam o aquecimento.
Segundo o relatório da ONU, 78% das emissões de CO2 do planeta – que em 2018 atingiram 55,3 bilhões de toneladas – se concentram nos países do G20 e os maiores poluidores são: China e EUA. Ambos assinaram o Acordo de Paris, mas desde a eleição de Donald Trump os EUA resolveram sair do acordo, o que gerou uma onda de protestos.
Além dos EUA, Austrália, Canadá, Coreia, África do Sul, Japão e Brasil sequer estão cumprindo as metas mais modestas NDCs (sigla em inglês) para Contribuição Nacionalmente Determinada.
A NDC brasileira visa diminuir a emissão de CO2 investindo 18% em bioenergia sustentável, restaurando 12 milhões de hectares de áreas desmatadas, zerando o desmatamento ilegal na Amazônia e promovendo o uso de energias limpas na indústria e na mobilidade urbana.
Recentemente dados do INPE mostraram que entre 2018 – 2019 houve um aumento de 30% da taxa oficial do desmatamento da Amazônia graças a drástica redução dos recursos para mudanças do clima no Ministério do Meio Ambiente, ao relaxamento das regras para a conversão de multas ambientais, estendeu o prazo do Cadastro Ambiental Rural e aboliu a maioria dos colegiados com participação da sociedade civil.
Meta difícil de cumprir
Diante deste cenário estático, os especialistas acreditam que as NDCs são altamente insuficientes para conter a crise do clima. Caso sejam cumpridas à risca, espera-se que a humanidade chegue a 2030 com emissões de cerca de 53 bilhões de toneladas de CO2.
Nesse caso, ainda faltaria 12 bilhões de toneladas para chegar ao valor mediano de 41 bilhões de toneladas compatível com uma estabilização em 2ºC. E 29 bilhões de toneladas para uma trajetória de emissões compatível com 1,5ºC.
Para dar uma ideia do tamanho do esforço envolvido, o Brasil emite cerca de 3% do carbono do mundo. Estabilizar o clima conforme o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris significa eliminar mais de dois Brasis por ano da matriz global de emissões.
Isso não tem precedentes na história da civilização industrial. A maior queda global de emissões de um ano para o outro em tempos recentes ocorreu em 2009, por conta da Grande Recessão iniciada no ano anterior. Ela foi de 1,1%.
Fonte: Observatório do Clima
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