O veganismo não é modismo. Na índia, as dietas vegetarianas, ovolactovegetarianas e veganas existem há milhares de anos. Esta prática vai muito além da alimentação saudável, tornou-se um movimento político.
A crescente população no Brasil que exclui a carne de suas dietas é um reflexo de uma constante mudança no comportamento das pessoas ante o “factory farming”, que é o modelo agropecuário existente disseminado mundialmente, desde 1961.
Brian Halweil, pesquisador e escritor de agricultura sustentável, nos dá um triste panorama sobre o quanto de animais são mortos desnecessariamente. Em 2007 foram abatidos o equivalente a 275 milhões de toneladas de animais e estima-se 465 milhões para 2050.
David Pimentel, entomólogo especialista em ciências agrárias, afirma que é necessária uma quantidade enorme de recursos hídricos e de ração, em contrapartida, para cultivar 1 kg de milho precisa-se, além de uma porção mínima de terra para a produção em larga escala, de 900 l de água e 3000 l para 1 kg de arroz revela a Footprint da UNESCO –IHE de 2008.
Veganismo como movimento de resistência !
O movimento Hardcore oriundo da cena Punk sempre reivindicou uma postura libertária e de contra-cultura; uma busca da conscientização de seus membros ante toda forma opressora de organização social.
Essa conscientização da realidade que nos cerca é feita através de fanzines, letras das músicas das bandas que compõem o cenário e no próprio ativismo das rodas de conversas e oficinas nos próprios eventos do movimento cultural.
Por que adotamos gatos, cachorros e matamos porcos, ovelhas, bois e frangos? Além dos fatores culturais existentes classificamos em animais para comer e animais domésticos, não são todos animais ?
A internet contribuiu bastante para a disseminação do combate ao especimismo, com a proliferação de eventos como “Hardcore Contra o Fascismo” que além das pautas anti-sexistas e anti-homofóbicas busca no veganismo um modelo de produção sustentável diferente do agropecuário existente.
Outros elos dessa corrente são os canais em plataformas de streaming como Panelaço que tem a frente João Gordo (vocalista da banda Ratos de Porão e entrevistador) importante canal de disseminação da ideia, assim como o blog www.loveveg.com.br.
Os animais não-humanos sencientes, ou seja, que possuem a capacidade de sentir emoções e sensações não podem ser coisificados em detrimento de outros animais domésticos como cães e gatos.
Os maus-tratos que os “animais-comida” sofrem com a ingestão dos antibióticos provenientes nas rações químicas, vacinas, drogas alopáticas e toxinas diversas utilizadas para aumentar a produção de leite e prevenção de doenças são prejudiciais à saúde humana.
Um movimento que nos faz pensar sobre a proveniência da nossa comida e o trato com os animais.
Fonte: Scielo
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