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É preciso uma pandemia para melhorar o meio-ambiente?

Em meio a situações graves, de calamidade causadas pela Covid-19, doença transmitida pelo Coronavírus, começam aparecer pequenos pontos de esperança.

Desde que surgiu na cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2019, se espalhando pelo mundo, a pandemia colocou diversos países em quarentena.

Foi feita de maneira compulsória uma retirada monumental de carros das ruas, fechamento temporário de fábricas e comércio. Bares e restaurantes atendendo por delivery em sua maioria. Implantação de home office e funcionamento apenas dos serviços essenciais para combater a doença.

Resultado: um milhão de toneladas de dióxido de carbono deixaram de ser emitidas por dia apenas na Itália.

Tragédias a parte, a pandemia trouxe uma melhora na qualidade do ar e um pequeno freio no aquecimento global.

Este número foi baseado num relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente onde se mostra que, para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus celsius acima da média da era pré-industrial, seria preciso reduzir em 7,6% por ano as emissões de gases com efeito estufa.

Um número que este ano até pode ser atingido com a pandemia de Covid-19, embora os ambientalistas reforcem que são necessárias medidas complementares.

O ar poluído mata tanto quanto as graves doenças

François Gemenne, diretor do Observatório Hugo, especialista em alterações climáticas, ambiente e energia acredita que a quarentena forçada devido ao novo coronavírus, ao fechar fábricas e reduzir as viagens de carro e avião, pode reduzir a poluição letal, incluindo os gases de efeito estufa que estão aquecendo o clima.

Segundo ele, a breve interrupção do tráfego de pessoas e carros pode salvar mais vidas da redução da poluição do que o próprio vírus, disse o estudioso sobre interações entre mudanças ambientais, migração humana e política.

“Estranhamente, acho que o número de mortos pelo coronavírus no final pode ser positivo, se considerar as mortes por poluição atmosférica”, disse Gemenne, citando, por exemplo, as 48.000 pessoas que morrem anualmente na França por causa de poluição atmosférica e mais de um milhão na China.”

Águas mais claras

Veneza é um dos pontos turísticos mais visitados por conta do seu patrimônio arquitetônico, da gastronomia e principalmente pelo romantismo dos passeios de gôndola.

Sem as gôndolas, a sujeira vai para o fundo do canal. Ao lado, cisnes nos Canais de Burano, na região metropolitana de Veneza.        Foto: Facebook

Em tempos de Coronavírus, as gôndolas não transitam mais, não há turistas e a população de quarentena.

Por conta destas medidas restritivas impostas pela prefeitura da cidade, a água dos canais começou a ficar mais clara, contudo, ainda continua poluída. E a qualidade do ar também melhorou.

“A água agora parece mais clara porque há menos tráfego nos canais, permitindo que o sedimento permaneça no fundo” – afirmou o porta-voz da prefeitura ao canal americano CNN.

Moradores da cidade se alegraram em ver os peixes .

Fonte: G1, New in Town

 

 

Revista Ecos da Paz

Viver em harmonia é possível quando abrimos o coração e a mente para empatia e o amor.

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