Uma boa parte da população consegue perceber que economia e meio-ambiente andam juntos. Esta percepção está relacionada a temas como desmatamento, desastres ambientais como os de Brumadinho, Mariana, vazamentos de óleo.
Quanto ao termo sustentabilidade, 68% dos entrevistados dizem já ter ouvido falar, enquanto que 61% não tem noção do que seja um produto sustentável e 11% disseram não saber o que é sustentabilidade.
De acordo com a pesquisa do Instituto Akatu sobre consumo consciente, o preço dos produtos sustentáveis foi uma barreira detectada.
Os consumidores elencam um e outro produtos sustentável e/ou orgânico para comprar, pois se a lista for só de produtos sustentáveis, prejudica o orçamento familiar.
Especialistas em meio-ambiente afirmam que as empresas acham o tema uma oportunidade de risco e se desvirtuaram do debate. O caso clássico é as sacolinhas plásticas de supermercado.
Substitui-se as sacolas distribuídas gratuitamente, por vender as sacolas recicláveis, que em alguns mercados o preço desestimula a sua compra. Logo, o plástico continua emporcalhando o meio-ambiente.
O problema seria solucionado com um a estrutura de descarte adequado envolvendo consumidores, órgão público responsável pela coleta de lixo e fabricantes.
Os tipo de consumidores
Para praticar o consumo consciente é preciso mudar os hábitos, usar os 4 Rs (Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar).
A pesquisa do Instituto Akatu apresenta também o nível de consciência e de comportamento dos consumidores brasileiros; quais são as barreiras e motivações para as práticas mais sustentáveis e qual é a percepção e a expectativa do brasileiro em relação à responsabilidade social e ambiental das empresas.
Foram entrevistadas 1.090 pessoas, homens e mulheres, com mais de 16 anos, de todas as classes sociais e de 12 capitais e/ou regiões metropolitanas de todo o País.
O grau de consciência dos consumidores brasileiros é dividido nos seguintes perfis: indiferente, iniciante, engajado e consciente. São avaliados 13 comportamentos de consumo consciente na pesquisa que servem de base para os resultados relativos à consciência no consumo.
A partir deles, considera-se: “indiferentes” aqueles que aderiram a até 4 comportamentos, “iniciantes” de 5 a 7, “engajados” de 8 a 10 e “conscientes” de 11 a 13.
Importante ressaltar que estes 13 comportamentos foram escolhidos com base estatística por representarem / se correlacionarem com um número enorme de outros comportamentos e por serem capazes de fazerem a segmentação dos consumidores nesses quatro perfis.
Houve um crescimento significativo no segmento do consumidor “iniciante”, de 32%, em 2012, para 38%, em 2018.
24% dos mais conscientes têm mais de 65 anos, 52% são da classe AB e 40% possuem ensino superior. O segmento de consumidores mais conscientes (“engajados” e “conscientes”) é majoritariamente feminino e mais velho. Já o segmento dos “indiferentes”, o grupo menos consciente de todos, é majoritariamente mais jovem e masculino.
Os resultados da pesquisa mostraram um panorama que vai da consciência dentro de casa, onde a adesão é mais forte, até a consciência de alcance público, onde é mais fraca.
A consciência em casa, que inclui o comportamento de evitar deixar a lâmpada acesa à toa. É o estágio dos “indiferentes” e “iniciantes”, que estão no estágio “dói no bolso”, onde a questão financeira ainda é o principal fator a leva-los a aderir a comportamentos conscientes.
Já os “engajados” estão no estágio do planejamento, uma vez que suas práticas sustentáveis incluem o planejamento de compra de roupas e de alimentos. Os conscientes, por sua vez, têm comportamentos mais ativos, que vão além da casa, incluindo por exemplo votar em um político que defende temas sociais ou ambientais.
Desejo de sustentabilidade
Nesta pesquisa há indícios de que o brasileiro deseja trilhar o caminho da sustentabilidade com a preocupação em ter uma alimentação saudável e a preservação das fontes de água limpa.
Entretanto revelou também padrões de consumo arraigados como ter um carro próprio. Este fato se mostra como o principal obstáculo para seguir no caminho da sustentabilidade.
O desejo pelo carro próprio é o primeiro entre as classes C, D e E, afinal, são justamente as mais impactadas pela deficiência no transporte público.
O preço dos produtos sustentáveis é uma das barreiras, a outra é a necessidade de esforço, porque exige muitas mudanças nos hábitos da família, gastar tempo procurando informações sobre estes produtos e são difíceis de encontrar.
A motivação seria maior se a atitude fosse facilmente incorporada no dia a dia e trouxesse ganhos diretos.
Com relação às empresas, entre as oito principais causas que mais mobilizam o consumidor a comprar um produto de determinada marca, cinco estão ligadas ao cuidado com pessoas: atuar no combate ao trabalho infantil; tratar funcionários da mesma forma, independentemente de raça, religião, sexo, identidade de gênero ou orientação sexual; investir em programas de contratação de pessoas com deficiência; contribuir para o bem-estar da comunidade onde está localizada; e oferecer boas condições de trabalho.
Entretanto, as empresas, em grande parte, não investe em logística reversa e a reciclagem de certos produtos como o plástico ainda é pequena.
Em 2018 o Brasil produziu mais de 78,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano e perdeu R$ 5,7 bilhões por não reciclar resíduos plásticos.
O Oxigênio Criatiivo
A cidade de Santos está entre as que mais recicla e que desenvolve ações de conscientização principalmente em relação à limpeza das praias e do mar.
Em dezembro de 2018, a arte educadora Andrea Campanilli e a ecodesigner Mariane Costaque criaram o festival OxiGênio Criativo.
A proposta do OxiGênio é reunir pequenos artistas e empreendedores focados em ecodesign e produtos sustentáveis, além de promover atividades de educação ambiental, incentivar o consumo consciente através de clubes de trocas, oficinas e rodas de conversa sobre sustentabilidade, lixo zero, reciclagem e novos hábitos.
Em julho de 2019 o evento fez sua segunda edição com reformulações, pois dobrou de tamanho graças ao interesse do público. De 13 expositores da primeira edição passou para 26.
O festival se tornou itinerante com edições Pockets espalhadas pela cidade e criou uma rede colaborativa no WhatsApp onde são trocadas informações sobre sustentabilidade, meio ambiente, desenvolvimento de produtos sustentáveis, ecodesign, novos usos para produtos já existentes, trocas de produtos entre os participantes.
A intenção foi formar uma rede de ajuda mútua através do compartilhamento de experiências, ações, projetos e produtos. Esta rede tem mais de 60 participantes ativos e diariamente são adicionados novos.
Em suas edições, o OxiGênio Criativo mostra que é condizente com sua proposta. A organização monitorou a quantidade de lixo produzido em aproximadamente 17 horas de evento e o resultado foi extremamente positivo.
Zero utilização de plástico, 3,5 kg de compostáveis efetivamente compostados, 2 kg de recicláveis efetivamente encaminhados para reciclagem, apenas 3 sacos de lixo utilizados e apenas 1 quilo de lixo (rejeitos).
A terceira edição do Festival será na Estação da Cidadania nos dias 21 e 22 de dezembro. Trazendo a questão do preservar e valorizar também os espaços públicos históricos da cidade.
Informações sobre o coletivo e suas edições: https://www.facebook.com/oxigeniocriativo013/
Fonte: Instituto Akatu
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