Filósofo italiano e um dos grandes críticos do modelo neoliberal da atualidade, Domenico de Masi, publicou no jornal Folha de São Paulo de 22/03/20 um artigo sobre as consequências da pandemia de Covid-19 no nosso modo de vida.
“Os soberanismos parecem tentativas fantasiosas contra a globalização. Hoje, mais do que nunca, a difusão da pandemia e sua rápida volta ao mundo demonstraram que deter a globalização é como se opor à força de gravidade. ”
Ele cita o conceito de aldeia global de Marshall McLuhan: um mundo unido por infortúnios e pela vontade de viver, precisando de uma direção unitária numa ação sinérgica de todos os povos. Nessa aldeia global, nenhum homem, nenhum país é uma ilha.
Para ele, os governos de Ronald Reagan nos Estados Unidos e Margaret Thacher no Reino Unido foram os grandes responsáveis pela expansão do neoliberalismo.
O principal objetivo era desacreditar tudo o que é público em prol do setor privado e manter os ganhos estratosféricos do setor financeiro.
Segundo ele, a pandemia da Covid-19 veio mostrar justamente o contrário.
Mesmo com toda a demora de tomada de consciência da gravidade do problema por parte da população e das autoridades, o filósofo comentou:
“A reação eficiente dos hospitais e dos funcionários públicos diante do surgimento da pandemia nos ensinou que a nossa saúde pública, da mesma forma que outras funções públicas, dispõe, muito mais do que o setor privado, de pessoas preparadas profissionalmente, motivadas e generosas e até o heroísmo.”
O autor das obras “O ócio criativo” e “Futuro do trabalho” acredita que por conta da pandemia, as relações de trabalho mudarão ainda mais.
O trabalho a distância é apresentado nestes livros com embasamento teórico. Trata-se de uma busca de uma qualidade de vida para os trabalhadores com uma preciosa economia de tempo, dinheiro, stress.
E às empresas, evita os micro conflitos, despesas na manutenção do local de trabalho e promove incremento da eficiência, recuperando de 15 a 20% da produtividade.
Com relação à coletividade, evita a poluição, o entupimento de trânsito e despesas de manutenção das estradas, defende o intelectual italiano.
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Fonte: Via Revista Fórum, Folha de São Paulo