De acordo com a FAO (Organizações Unidas para Alimentação e Agricultura), em 2019, o mundo desperdiçou 1,3 bilhões de alimentos, o que corresponde à 30% da produção mundial.
Se o desperdício fosse aproveitado, daria para alimentar cerca de 2 BILHÕES de pessoas. O impacto ambiental causado pelo desperdício é muito grande.
No mundo, os alimentos não consumidos usaram um volume de água correspondente ao Rio Volga na Rússia, além de terem emitido 3,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa.
No último relatório em 2013, só o Brasil desperdiçou 26,3 toneladas de alimentos. Isto significa que 5,2 milhões de pessoas passaram fome. E dentre os alimentos mais desperdiçados estão: arroz, carne, feijão e frango. Para ler o relatório (original em inglês) clique aqui.
A falta de costume em planejar o cardápio, a cultura da fartura em que se valoriza o lema: “é melhor sobrar que faltar” e as safras jogadas fora pelos próprio produtores pela insatisfação com o preço do mercado colaboram para este cenário.
Aplicativo do desperdício zero
Portugal desperdiça um milhão de alimentos, o que corresponde cerca de 50 mil refeições diárias.
Para combater esta prática, a empresa francesa Phenix de consultoria ambiental criou um aplicativo em 2014, em que o consumidor consegue por um preço bem reduzido, o excedente das padarias, restaurantes, mercearias e até floristas.
O aplicativo Phenix, app anti-desperdício pode ser baixado nas versões IOS e Android. Além dos franceses, portugueses, espanhóis e dinamarqueses também aderiram. Esta empresa já conseguiu salvar em toda a Europa mais de 60 milhões de refeições e 150 toneladas de alimentos que iriam pro lixo.
Gente bonita também come fruta feia
Este é o slogan de uma campanha lançada pela cooperativa portuguesa Fruta Feia. A iniciativa é para combater o descarte de alimentos que não têm uma aparência gourmet.
Duas mil toneladas de frutas e legumes não foram pro lixo graças à iniciativa desta cooperativa, que surgiu em 2013.
Desde a sua fundação, ela tem aumentado o número de consumidores em várias cidades do país. Ela conta com cerca de 235 agricultores, tira do lixo semanalmente 15 000 kg, tem 5500 associados e uma lista de espera de 15 mil pessoas.
A cooperativa vendem cestos com frutas e legumes com preços que variam de 3,5 a 7 euros. Os legumes e frutas variam de semana a semana de acordo com a estação do ano.
A favela é orgânica
Regina Tchelly é uma paraibana que adotou o Rio de Janeiro e mora no morro da Babilônia, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
O mar de Copacabana e a mata dão inspiração à esta chefe de cozinha, que já percorreu várias cidades brasileiras ensinando como aproveitar totalmente os alimentos. Em seus cursos e oficinas, ela também ensina o reaproveitamento das sobras, que ela chama carinhosamente de “comida esquecida”.
Andando pela comunidade, turistas e moradores se deparam com hortas comunitárias orgânicas e receitas pintadas pelos muros, que vão desde como incrementar aquele macarrão do dia anterior à um chá cura ressaca.
Fonte: The Unit Planet, Favela Orgânica